Enquanto a Nintendo finge que o estoque sumiu e os influencers fingem que pagaram, o gamer brasileiro segue pagando a conta — com juros, hype e silêncio comprado. Tá pronto pra enxergar o que tem por trás do “esgotado em minutos”?
Lembra quando a gente publicou aqui no blog o artigo “O Preço da Paixão: Por Que o Brasil Paga a Conta do Switch?“ e depois soltamos aquele vídeo no canal detonando a estratégia marota da Nintendo de criar escassez e hype fabricado? Pois bem, cambada… adivinha quem tinha razão? 👀
Sim, o Coroa Nerdy. De novo.
Esgotou, mas ainda tem? Sim, parece contraditório — e é mesmo. Segundo novas informações divulgadas pelo Nintendo Prime e confirmadas pelo influenciador Jake Randall, as lojas Target nos EUA terão cerca de 60 unidades do Nintendo Switch 2 disponíveis por loja no dia do lançamento, 5 de junho. Essa quantidade inclui tanto os modelos padrão quanto os bundles com jogos.
A princípio parece ótimo, né? “Olha só, 60 unidades por loja! Vai dar pra todo mundo!” Só que não. Isso, meus amigos, é marketing com M de “Manipulação”.
A tática é antiga: fingir que esgotou pra parecer sucesso absoluto
No vídeo que soltamos no canal (e que você devia assistir agora mesmo, aliás), a gente já explicava o esquema:
- Vende-se poucas unidades inicialmente.
- Cria-se a impressão de que o produto é um sucesso estrondoso e “acabou em minutos”.
- A mídia repercute, os influencers fazem stories de desespero e… pronto! Hype criado com custo quase zero.
Nos EUA, a Target vai vender as unidades via online para retirada na loja, o que reduz um pouco a concorrência, mas o número ainda é baixo se considerarmos o tamanho da base de fãs da Nintendo por lá. Jake Randall, aliás, já alertou: os estoques vão evaporar rápido.
A gente já viu isso antes — no Japão, no lançamento, no esquema do GameStop e agora de novo. O Switch 2 está sendo lançado com uma tática planejada de escassez, e acredite: isso não é coincidência. Isso é estratégia.
O Brasil, como sempre, é o tanque de combustível da festa
Enquanto os americanos ficam com 60 unidades por loja, o brasileiro ganha um preço de R$ 4.449,00 — quase três vezes o valor praticado no Japão. E ainda escuta que isso é “culpa do imposto”.
Não é. A gente já explicou isso no nosso artigo anterior: isso se chama dumping reverso. Um país recebe preço promocional pra gerar buzz (Japão), enquanto outro (Brasil) paga o pato pra equilibrar a conta. É uma forma cruel, porém funcional, de sustentar o marketing global da Nintendo.
E tem mais: mesmo os jogos digitais, que não têm logística nem frete, estão mais caros por aqui. É cobrança injusta, disfarçada de normal.
Influencers, cadê vocês agora?
Enquanto a gente alerta sobre isso com seriedade (e uma pitada de sarcasmo, porque ninguém é de ferro), parte da mídia gamer finge que nada está acontecendo. Aqueles mesmos que estavam em Nova York na press trip da Nintendo, tirando foto com pelúcia do Yoshi, agora fazem stories dizendo que “o estoque vai acabar, então compra logo pelo meu link”.
Aham.
Mas para o gamer que só acompanha esse pessoal, logo começa a acreditar que a escassez é real, que o preço é justo — e que o problema é ele por não conseguir acompanhar. Pro influencer, o preço é justo mesmo: afinal, ele não pagou nada. No dia 5 de junho, pode esperar aquele unboxing emocionado, cheio de ‘vale cada centavo’ (até porque cavalo dado não se olha os dentes, né!). Crítica? No máximo uma resenha “sabonete”, só pra manter as aparências: algo tipo “ah, o botão podia ser um pouquinho mais fosco, mas isso é só minha opinião, tá?”. Nada que arranhe a relação com a marca, porque quando o console chega de graça, o review já vem embalado pra presente.
Não é sobre haterismo. É sobre responsabilidade.
A gente ama a Nintendo. Sério. A Big N faz parte da nossa história, da nossa infância, das nossas memórias mais queridas. Mas justamente por isso, a gente cobra. Porque amor de verdade não passa pano.
O que está acontecendo com o lançamento do Switch 2 é uma mistura perigosa de manipulação de percepção, marketing agressivo e desigualdade comercial. E quem não percebe isso agora, vai continuar pagando mais e achando que tá fazendo um bom negócio.
O que podemos fazer (além de compartilhar esse artigo, claro)?
- Espalhe essa informação: Mostre para os amigos que ainda acham que é tudo culpa do imposto.
- Evite comprar no impulso: Hype planejado é armadilha emocional. Respira, compara preços, espera se puder.
- Cobre os influencers que você segue: Pergunte se eles pagaram pelo console. Exija transparência.
- Apoie quem te informa de verdade: Canais e blogs que não têm contrato com multinacional, mas têm compromisso com você.
Porque quando a gente se cala, o preço só sobe
O gamer brasileiro tem força. Já mostrou isso antes. E pode mostrar de novo. A Nintendo precisa saber que a gente tá de olho, que não vai aceitar qualquer DLC de preço abusivo e que não se contenta com migalha legendada em português feita por IA.
Compartilha esse artigo. Marca o amigo que tá prestes a parcelar o console em 24x. E se quiser apoiar quem fala o que precisa ser dito, você já sabe onde encontrar: aqui no Coroa Nerdy.
Até a próxima, cambada! 🎮
Coroa Nerdy: Porque a gente ama jogar, mas odeia ser feito de trouxa.