Quando um dos últimos bastiões do jornalismo gamer é engolido por uma fábrica de conteúdo digital, a gente precisa parar de jogar por 5 minutinhos e prestar atenção: a mídia que você consome tá te informando… ou te manipulando?
Ei, cambada! Senta aí, ajeita o headset e me dá cinco minutinhos da tua atenção. Hoje a conversa é séria. Sabe aquele site maneiro, o Polygon, que sempre teve umas análises diferentonas, textos autorais e umas matérias que pareciam mais papo de bar do que release de assessoria? Pois é. Ele foi vendido.
“Ué, Sandro, vendido como? Tipo DLC de personagem extra?”
Pior. Vendido mesmo. A Vox Media, antiga dona do site, passou o bastão pra Valnet, uma empresa canadense que já é dona de uma penca de portais: GameRant, TheGamer, ScreenRant, Fextralife, OpenCritic… e agora o Polygon.
A princípio, parece só mais uma transação no mundo corporativo. Mas o buraco é BEM mais embaixo.
Ctrl + C, Ctrl + V: A Fábrica de Conteúdo Digital
A Valnet é famosa por um modelo de produção chamado, carinhosamente (só que não), de “fábrica de conteúdo digital”. A lógica é simples:
- Pega um monte de redator mal pago e bota pra escrever 10 matérias por dia.
- Foca em SEO, palavra-chave, e títulos clickbait tipo “Você nunca vai acreditar no que esse mod de Skyrim fez”.
- Nada de opinião forte, nada de crítica contundente. Só o básico, mastigado e prontinho pro Google amar.
Resultado? Você entra num site achando que vai ver algo novo e se depara com o mesmo conteúdo, reciclado em 3 ou 4 lugares diferentes. Parece que todo mundo tá dizendo a mesma coisa. E tá mesmo. Porque é o mesmo grupo dizendo, com vozes diferentes.
O Perigo da Bolha Gamer
Quando poucos grupos controlam a maior parte da mídia, a gente entra numa bolha. Uma bolha editorial. Uma bolha de opinião. Uma bolha de realidade.
E aí, meu amigo, começa o efeito “eco de conteúdo”:
- Jogos hypados demais sendo elogiados por todo mundo, mesmo quando saem cheios de bug (alô, Cyberpunk 2077).
- Estúdios problemáticos blindados por cobertura “neutra” (alô, Activision Blizzard antes do exposed).
- Indies incríveis passando batido porque não geram clique o suficiente.
“Mas e Daí? Eu Só Quero Jogar em Paz!”
Eu também, filhote. Mas informação importa. Quando a gente só consome conteúdo enlatado, perde o senso crítico. Começa a achar normal pagar caro em jogo quebrado, ou que a única forma de sucesso é lançar AAA com marketing milionário.
A imprensa gamer de verdade serve pra cutucar, provocar, abrir espaço pra vozes novas e denunciar treta quando rola. Mas se todo mundo escreve igual, pensa igual e finge que tá tudo bem, a indústria vira um marasmo onde só quem tem grana sobrevive.
Quem São os Chefões da Mídia Gamer?
Hoje, os principais sites de games estão nas mãos de poucos grupos:
- Valnet (GameRant, TheGamer, Polygon, etc.)
- IGN Entertainment (IGN)
- G/O Media (Kotaku, Gizmodo)
- Future plc (PC Gamer, GamesRadar+)
- Red Ventures (CNET, GameSpot)
Ou seja: a galera que decide o que vai ou não bombar na sua timeline de notícias é praticamente uma mesa de bar com meia dúzia de empresários de terno (e provavelmente sem XP em RPG).
Ainda Tem Salvação? Tem Sim, Herói!
A resistência existe. E ela vem de quem fala com o coração (e às vezes com uma marionete na mão, cof cof). Canais independentes, criadores de conteúdo que não têm medo de meter o dedo na ferida e, claro, VOCÊ aí que tá lendo e buscando entender melhor como essa engrenagem funciona.
A gente precisa de mais vozes diferentes, de mais crítica, de mais humor ácido e menos release disfarçado de review.
Se o Polygon vai perder sua alma nessa nova fase? Não sabemos ainda. Mas estamos de olho. E você deveria estar também.
Final Boss: Informação é Poder (e Também Diversão)
No fim do dia, saber como a informação é feita é quase tão importante quanto zerar aquele RPG de 100 horas. Você merece saber mais do que só o que o algoritmo quer que você veja.
E se depender do Coroa Nerdy, a gente vai continuar quebrando essa bolha no grito, no porrete e no humor!
E se você curtiu essa conversa cabeça (mas cheia de sarcasmo), faz o seguinte: compartilha esse artigo com aquele amigo que acha que todo jogo 10/10 da mídia é perfeito, comenta o que você pensa sobre essa venda maluca do Polygon e, claro, segue o Coroa Nerdy por aqui, no YouTube e nas redes pra gente continuar desbugando essa indústria juntos. Informação é XP, cambada — e aqui a gente não upa só no grinding, mas na consciência crítica também.
Até a próxima, cambada!