Live services falhando, jogos genéricos dominando e estúdios fechando… Como a indústria gamer chegou a esse ponto? O mercado de games está refém da própria preguiça? Helldivers 2 prova que arriscar compensa, mas será que os grandes estúdios vão aprender essa lição antes que seja tarde demais?
“Por que todo jogo parece igual?” – Essa é a pergunta que vem martelando a cabeça dos gamers, e Johan Pilestedt, diretor criativo de Helldivers 2, não teve papas na língua ao expor o problema. Segundo ele, os estúdios estão presos em um ciclo vicioso, apostando sempre no “seguro” e matando a criatividade. Será que a indústria está cavando sua própria cova? Vamos destrinchar essa treta!
O Ciclo de Morte e Renascimento: O Que Está Acontecendo?
Pilestedt foi direto ao ponto: os estúdios estão obcecados em seguir tendências, e isso está levando a indústria a um looping de destruição e recomeço brutal. Ele explica que toda vez que um gênero de jogo se torna popular, todo mundo tenta correr atrás e lançar o seu próprio “grande hit”. O resultado? Um mercado saturado, com dezenas de jogos idênticos disputando espaço na mesma fatia do público.
“O mercado de games está preso em um ciclo vicioso de morte e renascimento. Estamos sempre demitindo milhares de pessoas de uma hora para outra, sem que ninguém entenda direito o porquê, e isso acontece porque não diversificamos o suficiente. Precisamos fazer mais tipos de jogos, porque as pessoas estão jogando mais do que nunca – mas, mesmo assim, não conseguimos sustentar nossos negócios. Isso é ridículo.” – Johan Pilestedt
A fala do criador de Helldivers 2 escancara o que muitos gamers já perceberam: a falta de variedade está matando o mercado. O grande problema é que, quando um jogo não atinge um sucesso astronômico imediato, as empresas simplesmente o abandonam. Os servidores fecham, os estúdios sofrem cortes, e seguimos para a próxima moda passageira.
A Maldição dos Jogos “Seguros”
Se o mercado está saturado de battle royales e jogos como serviço, por que as empresas continuam insistindo nisso? O medo de errar. Pilestedt critica especialmente os grandes publishers que insistem em fazer “apostas seguras”, copiando fórmulas que já deram certo em vez de criar algo realmente inovador.
“Uma coisa que eu posso garantir é que essas apostas seguras são uma sentença de morte para os estúdios que as fazem. Estamos no ramo de correr riscos, e se não fizermos isso, nunca alcançaremos o sucesso. Pouca gente acreditava que Helldivers 2 teria alguma relevância, e, no entanto, estamos aqui.” – Johan Pilestedt
Isso mostra como o medo de inovar pode ser mais destrutivo do que um possível fracasso. Helldivers 2, por exemplo, não seguiu o padrão de sempre e se tornou um sucesso estrondoso. Isso prova que o público está cansado do “mais do mesmo” e está disposto a dar uma chance para jogos que tentam algo diferente.
Quando “Inovar” Significa Ignorar os Jogadores
Outro problema da indústria é que, quando finalmente tentam inovar, esquecem de escutar a comunidade. Muitas empresas assumem que sabem o que os jogadores querem, sem sequer perguntar. O resultado? Um monte de jogos que ninguém pediu e que acabam encalhados.
Se pegarmos como exemplo a Ubisoft, vemos um padrão de jogos que tentam reinventar franquias consagradas sem respeitar o que os fãs amam nelas. O próprio mercado de live service sofreu um baque gigante com fracassos como Anthem, Gotham Knights e Battlefield 2042 – todos jogos que tentaram capitalizar em tendências da época, mas falharam justamente por não entregar o que os jogadores realmente queriam.
Como Sair Desse Buraco?
Se o mercado está preso nesse ciclo de apostar no seguro e ignorar os pedidos da comunidade, como ele pode se salvar? Pilestedt tem uma resposta clara: tomando riscos e apostando em criatividade autêntica.
“Façam seus jogos de acordo com a identidade e o estilo do seu estúdio. Não copiem os outros. Pensem no que querem criar e arrisquem nisso.” – Johan Pilestedt
Parece óbvio, mas para as grandes empresas, isso é um risco que poucas estão dispostas a correr. No entanto, as indies vêm mostrando que o público quer experiências únicas. Jogos como Hollow Knight, Hades e Stardew Valley provaram que boas ideias podem superar orçamentos gigantescos e campanhas de marketing multimilionárias.
O Que Isso Significa para Nós, Jogadores?
Nós, como comunidade, também temos um papel importante nessa história. Se queremos mais inovação, precisamos apoiar os jogos que tentam fazer diferente. A indústria só segue uma tendência porque ela dá dinheiro – se jogos repetitivos param de vender, as empresas são obrigadas a buscar novas ideias.
Ao mesmo tempo, temos que ser críticos quando uma empresa tenta enfiar uma “inovação” que ninguém pediu. Um jogo pode ter um grande nome por trás, mas se não entrega o que a comunidade quer, ele será um fracasso garantido.
A Indústria Está na Beira do Abismo?
O mercado de games precisa mudar, e rápido. O ciclo de criar jogos genéricos, falhar, demitir milhares de funcionários e recomeçar precisa acabar. Para isso, as empresas precisam tomar coragem para inovar de verdade, sem apenas copiar tendências e sem ignorar o que a comunidade deseja.
A pergunta que fica é: será que os grandes estúdios vão ouvir esse alerta, ou só vão reagir quando for tarde demais?
Agora eu quero saber de você, cambada gamer raiz: a indústria dos games ainda tem jeito, ou estamos presos num loop infinito de mais do mesmo? Comenta aí e bora debater esse assunto que mexe com todos nós!