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ZEENIX: O Fim do “Sonho Brasileiro” nos Games — Tectoy Demite Equipe Inteira

Promessas vazias, marketing confuso e decisões polêmicas levaram o Zeenix a se tornar um dos maiores fracassos do mercado de games nacional. Nesta reportagem, o Coroa Nerdy mergulhou no conturbado histórico do console “brasileiro” que nunca decolou — e analisamos o impacto desse fiasco para a Tectoy e para toda a indústria gamer no Brasil.

Quando a Tectoy anunciou o Zeenix, muita gente vibrou imaginando o retorno triunfal de uma marca que fez história no Brasil com clássicos como Master System e Mega Drive. As promessas eram ousadas: entregar um portátil robusto, possivelmente “100% brasileiro”, capaz de competir em pé de igualdade com outros dispositivos de jogos da nova geração. O que não faltou foi hype – afinal, quem não gostaria de ver a nossa amada Tectoy renascendo em grande estilo?

Só que o que era para ser um grande recomeço rapidamente se transformou em uma das maiores frustrações (senão a maior) do mercado nacional de games. Hoje, a realidade que se apresenta é dura: o Zeenix praticamente “não existiu” para o consumidor, e a Tectoy teria demitido todos os funcionários envolvidos no projeto, segundo fontes de bastidores. Como chegamos a esse ponto? Nesta matéria, o Coroa Nerdy faz um mergulho nos erros e polêmicas que levaram ao fim precoce do que fora anunciado como “o novo sonho brasileiro dos gamers”.

Um breve vislumbre do começo

A Tectoy, desde os anos 80 e 90, se firmou como uma das poucas empresas brasileiras a explorar o ramo dos videogames com certa relevância. Trouxe para cá consoles da Sega de forma oficial, encantando gerações inteiras. Entretanto, após o término da parceria com a gigante japonesa e diversas tentativas de se manter relevante (como o Zeebo, em 2009), a empresa foi gradualmente perdendo fôlego. O anúncio do Zeenix soou como uma virada de chave: uma forma de resgatar a nostalgia e, ao mesmo tempo, projetar o Brasil para a cena global de games.

A ideia era sedutora: um portátil nacional, produzido (ou pelo menos montado) aqui, com poder de fogo suficiente para rodar jogos de PC de última geração. A Tectoy chegou a fazer marketing com referências a uma “fênix renascendo das cinzas”, uma clara alusão ao nome do produto e ao seu suposto significado simbólico de renascimento. A nossa comunidade gamer, naturalmente, criou enormes expectativas. Só que havia um grande problema: a empresa jamais deixou claro que o hardware seria, na prática, importado da China e apenas rebatizado. A primeira de várias dores de cabeça que viriam em seguida.

Marketing confuso e “promessas vazias”

Talvez o maior ponto de frustração com o Zeenix tenha sido a maneira como ele foi divulgado ao público. Durante o período que antecedeu a pré-venda, a Tectoy adotou uma campanha de suspense, escondendo informações-chave – o preço final, detalhes técnicos e até mesmo a real natureza do hardware. O pouco que se dizia remetia a algo inovador, quase revolucionário.

Mas bastou a revelação oficial do valor para que a bolha estourasse: o Zeenix Lite chegaria a R$ 2.699 na pré-venda (e R$ 3.299 como preço sugerido fora do período promocional). Para muitos, isso era simplesmente irreal, ainda mais quando o produto não entregava um diferencial tecnológico capaz de justificar esse patamar. O burburinho nas redes foi imediato, com consumidores acusando a Tectoy de “enganar” o público ao criar hype sobre um produto que, no fim, não passava de um handheld chinês white label rebatizado.

Quando a empresa veio a público para se explicar, a reação só piorou. O então porta-voz do Zeenix lançou um vídeo alegando que a margem de lucro era quase nula e que os impostos encareciam tudo. Entre desculpas e retratações, muitos consumidores já haviam desistido da ideia de comprar o console. O vídeo, por sinal, seria deletado poucas horas depois de postado, o que para a comunidade soou como um ato de má fé ou pura desorganização interna.

Erros internos, crises e demissões

Com o público reagindo negativamente, o que se observou nos bastidores foi um verdadeiro colapso de planejamento. A versão oficial diz que a equipe responsável pelo Zeenix não recebia apoio nem mesmo da alta cúpula da Tectoy. A empresa, que havia demonstrado interesse em criar um ecossistema de jogos e serviços ao redor do portátil, voltou atrás e cancelou diversas ações de marketing já pagas ou planejadas.

A “bagunça” culminou no desmantelamento total do time. Informações de dentro da própria Tectoy (e também de fontes da mídia especializada) apontam que praticamente todos os profissionais envolvidos na concepção do Zeenix acabaram pedindo demissão ou sendo dispensados. O clima era de insatisfação, com relatos de que as decisões passavam a ser tomadas com base em caprichos de executivos pouco familiarizados com o mercado gamer, e que ignoravam alertas feitos pela equipe de desenvolvimento e marketing.

Para pôr ainda mais lenha na fogueira, o CEO da Tectoy se envolveu em polêmicas pesadas no X (antigo Twitter), fazendo postagens ofensivas e disseminando teorias conspiratórias – inclusive sobre a própria China, país de onde importavam o Zeenix! O comportamento do executivo gerou repúdio imediato na comunidade, reforçando a ideia de que a Tectoy estaria completamente desconectada da realidade do mercado e dos valores sociais contemporâneos.

Fim de um produto que (quase) não existiu

Diante de tantos ruídos, não surpreende que as vendas do Zeenix tenham sido pífias. Há registros de que menos de 100 unidades chegaram, de fato, às mãos de consumidores na fase inicial. O que era para ser o “renascimento” virou piada em fóruns e redes sociais, com muitos comparando o Zeenix a produtos piratas ou genéricos chineses.

Rapidamente, a marca Zeenix caiu no limbo. Na prática, o produto sumiu de catálogos e vitrines online. Não bastasse a falta de interesse do público, a própria Tectoy aparentemente desistiu de sustentar a iniciativa, confirmando o pior dos cenários. Hoje, fala-se que a empresa simplesmente demitiu a equipe inteira, encerrando assim qualquer perspectiva de continuidade do projeto.

Consequências para a indústria e para o mercado brasileiro

Toda essa confusão gera reflexões importantes sobre o segmento de games no Brasil:

1. Desconfiança de Investidores e Consumidores: Fracassos retumbantes como o do Zeenix minam a credibilidade não só da Tectoy, mas de qualquer futura iniciativa que se apresente como “gaming nacional”. Investidores passam a duvidar da viabilidade de empreendimentos locais, ao passo que consumidores se tornam cada vez mais céticos e resistentes a promessas de um “console brasileiro”.

2. Importância da Transparência: O caso evidenciou como a falta de clareza na comunicação (e o uso de marketing exagerado) pode gerar um efeito reverso devastador. O mercado de games é extremamente competitivo, e o público, cada vez mais bem informado. Tentar criar hype sem oferecer dados concretos e confiáveis tende a resultar em desconfiança e revolta.

3. Relação com o Público Gamer: O histórico da Tectoy era de certa nostalgia e afinidade com os jogadores das antigas. Mas, atualmente, lidar com “fãs” exige sensibilidade e honestidade, pois as críticas voam rápido em redes sociais. Um deslize de marketing ou um preço mal calculado podem arruinar anos de reputação.

4. Lições sobre Gestão: Aparentemente, houve desorganização profunda, falhas de estratégia e até conflitos internos que culminaram na dissolução de equipes inteiras. Isso mostra que a administração de um projeto de games requer liderança bem estruturada, visão de longo prazo e respeito pelo conhecimento de quem faz o produto acontecer.

Tristes, mas não surpresos…

Ver o fracasso do Zeenix gera sentimentos contraditórios. De um lado, lamentamos ver uma marca tão icônica para o público brasileiro cometer erros tão graves de planejamento, marketing e comunicação. De outro, fica claro que a Tectoy se engessou em práticas antiquadas, perdendo a chance de realmente se reposicionar no mercado atual.

O “fim do sonho Zeenix” traz um gosto amargo e um alerta importante: ainda somos reféns de um mercado dominado por gigantes internacionais, e projetos brasileiros de hardware de games enfrentam obstáculos enormes – desde questões tributárias até problemas de gestão. A decepção com a Tectoy não significa que outro player nacional não possa ter sucesso. Mas, depois de uma empreitada tão bagunçada, qualquer empresa que se aventure nessa seara terá de ser extremamente cuidadosa e realista em suas promessas.

O público gamer no Brasil é exigente e, ao mesmo tempo, carente de inovações locais. Mas só saberemos se a indústria nacional está pronta para algo maior quando vermos iniciativas robustas, planejadas e transparentes. Enquanto isso, o fiasco do Zeenix servirá como uma lição dolorosa – não apenas para a Tectoy, mas para todo o ecossistema de jogos brasileiro.

E você, cambada nerd! O que acha do desfecho do Zeenix e das polêmicas envolvendo a Tectoy? Compartilhe sua opinião nos comentários e continue acompanhando o Coroa Nerdy para ficar por dentro dos principais acontecimentos do universo gamer!

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